Depois de um dia cansativo, o esperado é que se tenha uma boa noite de sono para se refazer de todo o desgaste físico e mental sofrido na jornada diária. Mas, estatisticamente, o que se sabe é que quase a metade dos brasileiros não tem uma noite de sono reparadora.
Celebrado nesta sexta-feira, dia 15 de março, o dia Mundial do Sono é um evento anual, organizado pela Associação Mundial de Medicina do Sono (WASM), que tem como objetivo a conscientização da população sobre questões relacionadas com o sono não reparador, incluindo a sonolência excessiva durante o dia (SED), a fadiga crônica, indisposição e problemas cognitivos, que prejudicam o desempenho cotidiano.
Noites mal dormidas são associadas a problemas que vão desde a dificuldade para pegar no sono ou vários despertares durante a madrugada. Estas queixas não podem ser deixadas de lado e, de acordo com a neurologista Andréa Bacelar, da clínica Carlos Bacelar e vice-presidente da Associação Brasileira do Sono (ABS), as pessoas não podem simplesmente se acostumar com roncos, sonolência e cansaço durante o dia.
“Noites mal dormidas podem gerar acidentes de trânsito, irritação (hiperatividade) na criança, alteração do humor e da libido, déficit de memória, ganho de peso, aumento da circunferência do pescoço, insônia e sono agitado”, enumera.
É necessário investigar estas queixas através de um check-up que consiste na polissonografia, exame usado para diagnóstico dos distúrbios como apneia, bruxismo, ronco, arritmias cardíacas noturnas, quedas de oxigênio, distúrbios do movimento, insônias e epilepsia. Embora não seja de conhecimento geral, dormir mal pode ter consequências cardiovasculares e cerebrovasculares irreversíveis.
“Vale destacar que 30% das pessoas que sofrem de apneia têm hipertensão arterial, enquanto 40% de todos os hipertensos têm apneia. E casos de apneia podem levar a acidentes vasculares cerebrais (AVC) e até a morte súbita”, revela Andréa.
A polissonografia é realizada em clínicas de sono e o indivíduo deve passar a noite monitorado. Não há necessidade de acompanhante e a maioria das operadoras de planos de saúde já cobrem o exame.
Durante o período noturno de sono são investigados: o eletroencefalograma (EEG), a arquitetura do sono, os eventos respiratórios, os movimentos corpóreos e de pernas, o eletrocardiograma (ECG), o ronco, a oxigenação no sangue, entre outros.
Alguns cuidados diários e intervenções como a Terapia Cognitiva Comportamental (TCC) para tratar a insônia, podem melhorar a qualidade do sono.
O objetivo é estimular mudanças de hábitos e fazer com que os pacientes reaprendam a dormir sem remédio.
“Com a terapia, as doses das medicações podem ser reduzidas ou até suspensas”, argumenta a neurologista.
Algumas dicas para ter o ‘sono dos justos’
*Mantenha o quarto arejado, em boa temperatura, sem ruídos ou luminosidade.
*Evite ingerir álcool ou cafeína nas horas próximas à de dormir.
*Evite o uso constante de tranquilizantes, que é uma das armadilhas mais detestáveis para se conseguir um bom sono regular. Esse hábito gera dependência do remédio para que seu corpo entre em estado de relaxamento.
*Antes de ir para a cama, só faça refeições leves.
*Evite exercícios físicos nas horas próximas de ir para cama. Mas não renuncie a eles durante o dia. Eles mantém o corpo saudável e estabilizam o sono.
*Estabeleça horários regulares para dormir e acordar. Respeite seu ritmo biológico.
*Evite cochilar durante o dia. A menos que seja criança, idoso ou tenha este hábito.
*Preste atenção em atividades que estimulam o estado de alerta. Evite usar, antes de dormir, o computador e a TV. Leitura pode ajudar na promoção do sono.
*Banhos relaxantes são bem-vindos quando a noite chega e você se propõe a afastar preocupações e estresse.
*Se algum pensamento ruminante não lhe abandonar durante a tentativa de pegar no sono, levante-se, escreva-o num papel para retomar a questão na manhã seguinte.
*Antes de ir para a cama, só faça refeições leves.
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