Após oito dias sem competição, o mar de Fiji renasceu nesta terça-feira. Sorte dos fãs do surfe e de Gabriel Medina, Adriano de Souza e Jadson André, que emplacaram belos tubos e manobras de borda nas ondas de cerca de 2m para vencerem suas baterias pela terceira fase da quinta etapa do Circuito Mundial de 2016. Com o largo triunfo por 14.50 a 4.33 sobre o australiano Matt Banting no início do dia, Medina assegurou sua vaga no round 4 e terá duas chances para avançar às quartas de final no evento em que ele busca seu segundo caneco. Situação semelhante ocorre com Wiggolly Dantas, Jadson, algoz de Italo Ferreira, e Mineirinho . O atual campeão também brilhou ao derrotar o havaiano Keanu Asing em mais uma apresentação de gala, com direito a nota 9.10. Outra esperança do Brasil em Cloudbreak, Filipe Toledo não encontrou os tubos que poderiam render boas notas e foi eliminado por Dusty Payne, se despedindo em 13º lugar no arquipélago do Oceano Pacífico.
- Estou feliz de ter pego vários tubos. Foi muito divertido. Os dias sem competição estavam chatos, mas as ondas estão de volta. Estou amarradão por ter vencido e avançado à próxima fase - comemorou Medina após a vitória.
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Wiggolly Dantas contou com a sorte para superar Conner Coffin. O americano vencia até o fim, mas cometeu uma interferência na onda de Guigui, com a prioridade, e foi punido. Ele perdeu a segunda nota (4.37) e ficou apenas com a primeira (6.83), o que não foi suficiente para superar o paulista de Ubatuba, com 6.94 (5.17 + 1.77). Wiggolly mal comemorou a vitória. Último membro do Brazilian Storm a entrar em ação pela terceira fase, Alejo Muniz caiu diante de Matt Wilkinson, que se mantém na liderança do ranking mundial.
Com a eliminação precoce do vice-líder do ranking, o potiguar Italo Ferreira, em 13º lugar, apenas um surfista pode tirar Matt Wilkinson da liderança após a etapa de Fiji: John John Florence (3º). Isto só acontecerá caso ele chegue à final e o australiano seja eliminado antes das quartas. O havaiano foi o responsável pela eliminação do australiano Taj Burrow na bateria mais emocionante da temporada, por 18.76 (9.43 + 9.33) a 18.60 (9.20 + 9.40). Taj anunciou que iria se aposentar em Fiji, depois de 18 temporadas na elite. Vice-campeão mundial em 1999 e 2007, oito vezes top 5 e outras três como top 10 em seus 18 anos na elite, o aussie de 37 anos dá o seu adeus sem um título mundial, porém, em grande estilo.
Mesmo caindo ainda na terceira fase, Italo fez bonito e conseguiu nota 9.00, porém, não deu para superar o amigo e conterrâneo Jadson André, em outra grande atuação em Cloudbreak - na estreia, ele já havia derrotado Medina e Stuart Kennedy. Jadson começou com ritmo frenético e pegou um bonito tubo para pressionar o local de Baía Formosa. Com 6.67 e 7.83, o surfista da vila de Ponta Negra ia dominando o confronto, enquanto Italo tinha dificuldades em encontrar uma posição no line-up. Com a prioridade até o fim, Jadson marcou e não deixou o amigo respirar. Mas Ferreira nunca pode ser subestimado. No fim, emplacou uma reação, ganhou 9.00 e torcia ao menos para tirar um 5.50 para liderar a bateria. O mar não cooperou. Uma onda boa apareceu, Jadson usou a prioridade, e Italo teve de se contentar com a seguinte, sem muito potencial. O 3.70 não foi suficiente, e ele acabou perdendo por 14.50 a 13.73, desperdiçando a chance de briga pela lycra amarela de líder nas Ilhas Fiji.
O havaiano Keanu Asing entrou confiante e colocou fogo na disputa ao pegar duas ondas, assumindo a liderança, com 8.83 pontos (4.83 + 4.00). Mineirinho passeou pelo cilindro e mandou uma manobra bem longa e ganhou 6.17, mas ainda estava atrás do rival. O paulista do Guarujá não demorou para ter a dianteira do placar. Ganhou um 3.00 e, logo em seguida, um 4.87, ampliando para 11.04. Keanu respondeu com um tubo difícil, muito apertado. Recebeu nota 5.60 e encostou no atual campeão mundial 10.43. Foi o suficiente para Adriano deslanchar.
Mostrando um conhecimento profundo nas ondas de Cloudbreak, Mineirinho encontrou uma onda incrível na entrada da barreira de corais, sumiu em um tubaço e ganhou nota 9.10. Ele chegou a 15.27 pontos contra 11.00 do havaiano. Com 5.60 e 5.40, Keanu precisava de um 9.67 para voltar à ponta, uma missão duríssima diante do surfista visto por todos como um competidor nato.
Adriano de Souza seguiu em grande estilo. Encaixou boas manobras, encontrou mais um tubo e ficou profundo, mas acabou perdendo o equilíbrio no fim e caiu na saída. O havaiano passu a lutar também contra o tempo, mas o adversário perigoso parecia insaciável. Mineirinho pegou outra só para constar e despachou com muita categoria Keanu, por 15.27 a 11.00.
Filipe Toledo é eliminado por havaiano
Após ver Dusty Payne cair na primeira onda, Filipe Toledo ficou com a prioridade e pegou uma onda mediana para encaixar algumas manobras, sem grande potencial, levando 3.00 para assumir a liderança. Mas os juízes queriam ver os surfistas desaparecerem em tubos. Quanto mais profundo, melhor. As condições estavam difíceis, e a leitura era fundamental em busca de notas altas. O paulista de Ubatuba tentou mais uma vez, mas desistiu ao perceber que não encontraria nenhuma caverna em meio à espuma (0.50). A experiência em Fiji é fundamental, afinal, sem uma boa leitura da onda, é praticamente impossível estar no lugar certo. A bateria começou devagar, com ambos os atletas com dificuldades para achar uma boa oportunidade.
Após ver Dusty Payne cair na primeira onda, Filipe Toledo ficou com a prioridade e pegou uma onda mediana para encaixar algumas manobras, sem grande potencial, levando 3.00 para assumir a liderança. Mas os juízes queriam ver os surfistas desaparecerem em tubos. Quanto mais profundo, melhor. As condições estavam difíceis, e a leitura era fundamental em busca de notas altas. O paulista de Ubatuba tentou mais uma vez, mas desistiu ao perceber que não encontraria nenhuma caverna em meio à espuma (0.50). A experiência em Fiji é fundamental, afinal, sem uma boa leitura da onda, é praticamente impossível estar no lugar certo. A bateria começou devagar, com ambos os atletas com dificuldades para achar uma boa oportunidade.
O havaiano demorou para arriscar, mas não achou os tubos que queria, ganhando notas 0.87 e 2.70, chegando a 3.57. Precisava de apenas 1.08 para virar o placar. Filipinho tentou ampliar, porém, a onda não tinha potencial, e ele voltou atrás, aguardando uma nova chance. Ainda assim, ia liderando, por 3.77 a 3.57. Mas não por muito tempo. Payne conseguiu finalmente encontrar um tubo e saiu de forma limpa para ganhar 4.50, assumindo a ponta: 7.20 pontos contra 3.77 de Toledo. A falta de ondas era preocupante. No entanto, o paulista de Ubatuba não se intimidou. Esperou mais de 10 minutos e foi em outra, mas conseguiu só emplacar duas manobras, sem tubo, o que elevaria a pontuação. Ele precisava de 4.21 para recuperar a dianteira, conseguiu 3.50 e passou a lutar por um 3.71, a seis minutos para o fim.
O paulista remou, tentou mudar de posição, mas não encontrava uma boa onda. O tempo ia se esgotando, deixando a situação dramática para Filipe. Com a prioridade, Payne fazia uma marcação cerrada, como uma sombra atrás do rival. Toledo esperou, mas o cronômetro zerou e ele não teve como reagir, perdendo a disputa por 7.20 a 6.50.
Medina massacra australiano
Vencedor da etapa de Fiji em 2014, ano em que conquistou o título inédito para o Brasil no surfe, Gabriel achou logo três tubos na primeira onda. Com velocidade e técnica, o paulista soube aproveitar muito bem uma esquerda sem grande tamanho. Apesar de extrair o melhor possível, desaparecendo atrás de um canudo, ele ganhou só 6.50 dos juízes, mas foi o suficiente para começar na liderança. Na sequência, Medina dropou outra, mas não completou e levou 1.60. À espera de uma onda boa na arrebentação, Matt Banting parecia não se importar com o gás do brasileiro nos cinco primeiros minutos dos 35 da bateria que abriu o dia. Ligeiro, Gabriel voltou a surfar um tubo. Mas ele foi rápido e sem profundidade. Assim, o astro somou 5.00 pontos, passando a liderar por 11.50 a 0.00.



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