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domingo, 10 de abril de 2011

Mudanças climáticas pode trazer problemas para Niterói e região

Alagamento nas lagoas de Itaipu e Piratininga, em Niterói, e redução da área de manguezal, em São Gonçalo. Um cenário apocalíptico que antes parecia distante, pode se tornar real antes do fim deste século. A conclusão é do estudo ‘Vulnerabilidade das Megacidades Brasileiras às Mudanças Climáticas: Região Metropolitana do Rio de Janeiro’. Elevação da temperatura em quase cinco graus e maior frequência e intensidade de temporais como os que atingiram Niterói em abril do ano 2010, são alertas para as cidades do Rio. O presidente da Câmara de Desenvolvimento Sustentável da Prefeitura do Rio de Janeiro, Sérgio Besserman, diz que o território dos manguezais, de Itaoca, São Gonçalo merece atenção. Segundo ele, deve-se evitar a ocupação irregular já que são ambientes vitais para a fauna e flora da região.
“São biomas fundamentais, que prestam serviço importante de conservação da faixa litorânea. Podem ser preservados, desde que haja um controle da ocupação. Se houver território disponível o mesmo migra com as mudanças do tempo. Do contrário teremos uma faixa litorânea ocupada e desprotegida”, explica. As praias da Região Oceânica de Niterói também sofrerão com as mudanças climáticas, o aumento do nível do mar pode diminuir a faixa de areia em Camboinhas, Piratininga e Itacoatiara. O entorno do sistema lagunar de Itaipu e Piratininga também estaria sujeito a alagamentos, sobretudo com a abertura das lagoas com o oceano.
“As praias são as melhores estruturas para proteção do litoral, a areia funciona como uma eficiente ferramenta para dissipar a energia das ondas de uma ressaca. Sem a areia, as ondas poderão facilmente atingir toda estrutura urbana criada na orla da praia”, explicou ele.
O estudo ainda aponta os riscos dos aterros sanitários de Niterói e São Gonçalo. A combinação de fortes tempestades com marés pode provocar a elevação do nível da Baía de Guanabara e a sua expansão. A situação impediria o funcionamento dos atuais sistemas de drenagem pluviais.
“A retenção de água nos aterros sanitários poderá causar erosões, infiltração de água nos maciços de lixo, desestabilização dos taludes e finalmente, a ruptura dos aterros, com o chorume sendo carregado em grandes quantidades para a Baía de Guanabara. Em São Gonçalo o aterro de Itaóca, próximo às margens da baía, pode sofrer alagamento parcial ou total. Em aterros situados em encostas como, por exemplo, o aterro do Morro do Céu em Niterói, a situação é complicada, pois tempestades mais intensas poderão provocar deslizamentos de terra e lixo, com o soterramento de grandes áreas”, informa o estudo.
Aumento de epidemias
Outro problema que as mudanças climáticas podem provocar corresponde ao desenvolvimento de um meio propício a surtos de doenças já existentes. O número de casos de dengue e leptospirose podem aumentar na sociedade. De acordo com a coordenadora do Programa de Mudanças Ambientais Globais e Saúde da Fiocruz, Diana Pinheiro Marinho, o alagamento e alta temperatura são ambientes perfeitos para algumas doenças.
“O aumento das temperaturas em torno de 5 graus e a elevação da quantidade de dias do ano quentes são situações adequadas para a proliferação do Aedes aegypti. O problema, atualmente, concentrado no verão pode ser prolongado no outono. Como as previsões apontam para uma maior quantidade de chuva, os alagamentos podem se tornar frequentes, o que pode propiciar um maior contato com a urina de ratos, causando a leptospirose”.
O FLUMINENSE

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