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segunda-feira, 21 de março de 2011

Número de apreensões de menores cresce 50% na cidade de Niterói

O número de apreensões de menores no último ano em Niterói e Maricá aumentou quase 50% em relação ao ano anterior, segundo o Instituto de Segurança Pública do estado do Rio (ISP-RJ). Foram 185 apreensões em 2010 contra 124 em 2009. De acordo com a Delegacia de Proteção à Criança e ao Adolescente (DPCA) de Niterói este ano já foram apreendidos 46 adolescentes. A estatística preocupa autoridades. A implantação de políticas públicas eficazes é vista como fundamental na prevenção do problema. Levantamento da especializada, referente a 2010, revela que a maioria das apreensões daquele ano está associada ao tráfico de drogas. Já o perfil dos jovens flagrados nessa situação é formado por adolescentes perto de atingir a maioridade, oriundos de favelas de Piratininga e Itaipu, na Região Oceânica, e do Fonseca, na Zona Norte. O segundo crime mais cometido por menores é o roubo ou furto, grande parte cometida em Icaraí e no Centro, por jovens das comunidades dos morros do Estado e do Cavalão. Após a apreensão, os jovens são imediatamente encaminhados à Promotoria de Justiça de Infância e Juventude, onde o caso é apreciado.
Prevenção - Para a coordenadora do I Conselho Tutelar de Niterói (Centro), Terezinha Aparecida Vieira, só com políticas públicas eficientes é possível combater o ingresso do jovem na vida de crimes, quase sempre acompanhada pelo fantasma das drogas.
“A questão das drogas é muito séria porque geralmente ela está associada a outra prática ilícita. Alguns jovens roubam, por exemplo, para alimentar o vício. Mas ao passo que devem ser implantadas políticas de prevenção, também é necessário atender a demanda de tratamento daqueles que já estão nesse mundo (das drogas), através de clínicas com a infraestrutura adequada, por exemplo. E essas etapas precisam caminhar juntas. Não adianta só corrigir, através de medidas socioeducativas, é preciso prevenir”, frisa. A professora de psicologia da Universidade Federal Fluminense (UFF) e militante social, Cecília Coimbra, explica como a própria sociedade impulsiona o jovem para o mundo do crime, através da exclusão social.
“Esses jovens, muitas vezes, não têm escolha. E esse não é um problema de agora, mas que surgiu com o advento do capitalismo, quando a classe mais pobre virou sinônimo de perigosa, uma produção histórica da sociedade para justificar a exclusão destes, inclusive o extermínio. Pobre e morto numa comunidade, por exemplo, virou sinônimo de traficante. Sendo assim, esse jovem discriminado que precisa satisfazer seu desejo de ter um tênis ou uma roupa de marca, visto que tem acesso aos comerciais e propagandas, não vê alternativa senão apelar para a atividade ilícita”, afirma.
Para Coimbra, não adianta, ainda, “individualizar” o problema, buscando um culpado para cada caso. “A culpa pode até ser do pai ou da mãe também, mas não é só isso. É isto é o que precisa ser diagnosticado. É preciso se chegar à principal causa desse problema para, aí sim, desenvolver ações a fim de preveni-lo”.
O FLUMINENSE


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