
“As pessoas não estavam acostumadas, se assustavam quando entravam na delegacia e se deparavam comigo. Achavam que atrás da mesa do delegado tinha que ter um homem barbudo e barrigudo, como viam na TV”, contou.
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Quando a delegada Ana Paula Costa Rocha Faria, de 31, ingressou como adjunta na 77ª DP (Icaraí), em dezembro do ano passado, a realidade já era outra. Segundo ela, mesmo aqueles que a chamam de ‘Filinha’, graças ao rosto jovem, sabem o respeito que devem ter com uma autoridade policial.
“Eu sempre tive o perfil porque gostava de Direito Penal e tudo que tinha relação com a área criminal. Quem assume esse cargo não pode ter medo, tem que se impor. Eu adoro o que faço”, disse.
E se engana quem pensa que as mulheres possuem tratamento diferenciado nas unidades. Além de avaliar todos os casos que chegam às delegacias para decidir quem autuar e prender, elas precisam visitar cenas de crimes e áreas de risco. Juliana Rattes, de 33, também adjunta da 77ª DP, afirma que é preciso coragem.
“Eu não fazia ideia do que era antes de assumir na prática. Durante as provas do concurso, eu cogitei desistir, mas meu marido foi meu maior incentivador. Hoje não vivo sem meu trabalho e até incentivo outras jovens que quiseram colaborar com a segurança do nosso estado”, revelou.
Marco para a corporação
A presença da delegada Martha Rocha na cúpula da Polícia Civil anima as colegas de trabalho. Segundo elas, sua posse representa um novo tempo na corporação, em que questões como o combate à violência contra a mulher serão priorizadas. Só no ano passado a Delegacia de Atendimento à Mulher (Deam) de Niterói, comandanda pela delegada Alba Maria Alves Ferreira, registrou cerca de 2 mil casos.
“Comemoramos muito a nomeação da Martha Rocha, porque ela é uma pessoa muito conhecida pelo seu caráter, independente do seu sexo. Mostrou muita competência à frente das Deams e tenho certeza que ela vai dar atenção ao tema”, declarou Carina Bastos, delegada titular da 77ª DP.
Nesta quinta-feira à tarde, a delegada Martha Rocha esteve reunida com alguns delegados titulares, entre eles a delegada Alba Maria. Ela deverá permanecer como titular da Deam Niteroí, que será transferida para o novo prédio, na Avenida Ernani do Amaral Peixoto, onde terá acesso ao banco de dados das delegacias legais, dando mais agilidade ao atendimento.
Martha Rocha mantém corregedor no cargo
A nova chefe de Polícia Civil do Rio, delegada Martha Rocha, divulgou nesta quinta mais quatro nomes para a cúpula da corporação. Entre eles o do delegado Márcio Franco de Mendonça, para a direção do Departamento Geral de Polícia Especializada (DGPE), até então comandado por Ronaldo Oliveira, homem de confiança de Allan Turnowski, que deixou a chefia da Polícia Civil na terça-feira.
Para o Departamento Geral de Polícia da Capital (DGPC) foi indicado o delegado Ricardo Dominguez. O comando do Departamento Geral de Polícia da Baixada (DGPB) ficará com a delegada Tércia Amoêdo e o do Departamento Geral de Polícia do Interior (DGPI) ficará com o delegado João Batista Byron. Na quarta-feira, Martha Rocha já tinha anunciado que o delegado Sérgio Caldas, titular da 78ª DP (Fonseca), para a subchefia administrativa da Polícia Civil.
A delegada defendeu a sua decisão de manter na Corregedoria Interna da Polícia o delegado Gilson Soares, que integrava os quadros de Turnowski. “O doutor Gilson tem todas as referências para ser o corregedor da gestão de Martha Rocha. Por isso que, com muita tranquilidade, acho que tomei a decisão certa”.Indiciado - Allan Turnowski, foi indiciado nesta quinta após prestar depoimento de mais de três horas na Superintendência da Polícia Federal. Segundo a PF, ele teria violado sigilo funcional ao alertar um inspetor sobre a investigação da PF. Turnowski também nega que recebia propinas de criminosos e afirmou que não há provas contra ele. A acusação teria sido feita por uma testemunha da PF, de acordo com um jornal do Rio.
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