O governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite, confirmou 21 mortes pela passagem do ciclone extratropical que atingiu o estado na segunda-feira (4). Desse total, 15 óbitos ocorreram apenas na cidade de Muçum, na região central do estado. Segundo o governador, é o maior volume de mortes em evento climático no estado.
De acordo com a Defesa Civil estadual, o Corpo de Bombeiros encontrou 15 corpos ao vistoriar uma casa nesta terça-feira (5). Outras seis mortes foram confirmadas entre segunda (4) e esta terça, em cidades do Norte do RS.
Segundo o governo, duas viaturas do Instituto Geral de Perícias (IGP) de Caxias do Sul estão em deslocamento para Muçum, para auxiliar na remoção dos corpos, que deverão ser levados para Porto Alegre. Ainda não há previsão para a chegada dos corpos da Capital.
Passagem do ciclone no RS
- 21 mortos;
- 3.084 desalojados;
- 1.650 desabrigados;
- 67 cidades afetadas.
Santa Catarina também foi atingida por tempestades e rajadas de vendo, deixando uma pessoa morta.
Por questões de segurança, a energia elétrica do município foi cortada. De acordo com a prefeitura, também não há sinal de telefone. O município possui quatro acessos por estradas e todos estão interditados.
Segundo informações da Defesa Civil estadual, na tarde desta terça-feira (5) cinco aeronaves realizavam resgates no Vale do Taquari. Muçum, Roca Sales, Lajeado, Cruzeiro do Sul ainda tem pessoas em situação de risco para salvamento.
Com as águas baixando, a entidade acredita que pode ter mais vítimas fatais confirmadas nas próximas horas.
Há preocupação com o retorno da chuva na quinta-feira, já que o solo segue úmido. E tem risco de novos deslizamentos de terra, diz a Defesa Civil.
No sistema da Defesa Civil, até a tarde desta terça, estavam cadastradas 16 pessoas que não foram encontradas pelos parentes. Essa confirmação só é feita com a equipe chegando no local, e esse trabalho está sendo feito ao longo do dia, explica o órgão.
Aulas suspensas
A Secretaria Estadual da Educação informa que ao menos 29 cidades registraram danos em escolas durante o ciclone. Conforme levantamento foram registrados danos em coberturas, quedas de transformadores, falta de energia elétrica, estradas interditadas, quedas de árvores e alagamentos. As aulas foram suspensas
Os municípios são: Lajeado, Encantado, Nova Bassano, Nova Araçá, Santa Tereza, São Jorge, Paraí, Santa Cruz do Sul, Venâncio Aires, Ipiranga do Sul, Canguçu, Porto Xavier, Santo Antônio das Missões, Vacaria, Muitos Capões, Ipê, Bom Jesus, Caseiros, Ciríaco, Guaporé, Passo Fundo, Santo Antônio do Planalto, Vila Lângaro, Vila Maria, São Gabriel, Santana do livramento, Rosário do Sul e São Sebastião do Caí.
As escolas situadas em área rural também estão sendo acompanhadas e tendo a situação analisada caso a caso devido à questão de trafegabilidade dos ônibus escolares diante da situação das estradas.
A orientação para as demais escolas que não foram afetadas é que as aulas sejam mantidas.
Ponte arrastada em Roca Sales
Um trecho da ponte Rodoferroviária Brochado da Rocha, que conecta o município a Roca Sales, através da ERS-129, foi arrastado pelas águas do Rio Taquari, durante a manhã desta terça-feira.
A estrutura destinada aos veículos foi levada, enquanto a parte utilizada pelos trens, não foi impactada. Conforme a prefeitura de Muçum, o nível do Rio Taquari está baixando, mas a orientação é de que a população procure mantimentos para as próximas 72h.
Os alagamentos e estragos por conta das fortes chuvas afetaram mais de 60 cidades. Foram registradas fortes rajadas de vento, aumento do nível dos rios.
16 mortos em ciclone em junho
Em junho, a passagem de um ciclone extratropical deixou 16 mortos e estragos em 40 cidades. Os óbitos se concentraram em cidades da Região Metropolitana de Porto Alegre e no Litoral.
O governo, na época, informou que a tragédia havia sido o pior desastre natural já registrado no estado.
Morte durante resgate
O governador informou, no início da tarde, que a sexta morte foi confirmada em decorrência da enchente. Foi um acidente durante um resgate que se realizava em Lajeado, sobre o Rio Taquari. O cabo no qual um policial militar resgatava um idosa se rompeu e ambos caíram no rio. A idosa não resistiu e o PM foi resgatado em estado grave para um hospital da região.
Previsão para os próximos dias
Enquanto a frente fria avança em direção a São Paulo, o ciclone extratropical que se formou no Rio Grande do Sul deve se afastar do Brasil nesta terça-feira (5), como informa o Climatempo.
Mas os pontos altos das serras ainda podem ter rajadas em torno de 100 km/h, até o vento diminuir no decorrer da tarde. Veja previsão completa aqui.
Mortes
Em Mato Castelhano, um homem morreu após a caminhonete em que ele estava ser levada pela correnteza. Uma outra pessoa, que também estava no carro, conseguiu sair do veículo por conta própria e está segura, segundo os bombeiros.
Em Passo Fundo, um homem morreu após receber uma descarga elétrica durante o temporal. Ele estava em casa e foi resgatado por familiares. A vítima chegou a ser levada para o Hospital Municipal Doutor César Santos, mas não resistiu.
Em Ibiraiaras, duas pessoas morreram ao ficarem presas dentro de um veículo. Conforme a Defesa Civil, elas tentavam atravessar um rio, e o veículo foi levado pela correnteza.
Em Estrela, um homem de 58 anos morreu ao ser atingido por uma descarga elétrica na manhã desta terça (5). De acordo com relatos, Moacir Engster auxiliava um vizinho a retirar móveis de casa por conta da enchente. Ele é pai de um secretário municipal de Teutônia, cidade vizinha, que confirmou a morte.
Na live semanal, feita pela manhã desta terça, o presidente Lula falou sobre as chuvas no estado. "Queria dar um comunicado ao RS. Amanhã [quarta-feira (6)], o chefe da Defesa Civil vai ao Rio Grande do Sul. E mais uma vez, dizer ao povo gaúcho que estamos prontos para ajudar naquilo que for necessário".
Com a melhoria das condições de voo, ainda pela manhã os helicópteros da Brigada Militar, Polícia Civil e Polícia Rodoviária Federal serão utilizados nas ações de apoio aos municípios afetados.
A Defesa Civil estadual informou que segue apoiando os municípios, no monitoramento dos riscos hidrológicos e, nessa etapa pós eventos, nas ações de ajuda humanitária que forem necessárias.
FONTE: Globo.com
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