Terminou neste sábado na Marina da Glória o Aquece Rio International Sailing Regatta, primeiro evento-teste para as Olimpíadas Rio 2016. Foram sete dias de competições para as dez classes olímpicas. O Brasil obteve bons resultados, com sete barcos entre os top 10.
O melhor resultado foi de Martine Grael e Kahena Kunze na classe 49er FX. A dupla líder do ranking mundial subiu mais uma vez no lugar mais alto do pódio.
Neste sábado foram realizadas as medal races, das Laser Radial, Laser Standard, 470 masculino e feminino. O Brasil esteve na água com Robert Scheidt, na Standard, e com Renata Decnop e Isabel Swan e, Fernanda Oliveira e Ana Barbachan na 470.
O dia começou com uma garoa fina e sem vento. Os velejadores chegaram a esperar mais de uma hora antes de irem para a água, quando finalmente o vento entrou, bastante fraco.
A primeira medal race do dia foi a do Laser Standard. Robert Scheidt começou bem, porém foi penalizado e acabou a regata na oitava colocação. O resultado o deixou em quarto lugar, a 3,2 pontos do terceiro. O campeão do Aquece Rio foi o australiano Tom Burton.
“Para mim foi um campeonato de altos e baixos, os primeiros dias foram um pouco irregulares, depois consegui melhorar. Hoje eu tive um bom início de prova, mas cometi um erro grande no primeiro popa que me colocou em uma situação bem difícil na regata. Eu consegui me recuperar, mas acabei na quarta colocação geral. Fiquei um pouco decepcionado, mas tiro boas lições da competição”, disse Robert.
Na medal race de 470, o Brasil esteve representado por duas duplas: Renata Decnop/Isabel Swan e Fernanda Oliveira/Ana Barbachan. Com ventinho bastante fraco, as gaúchas Fernanda e Ana acabaram na segunda colocação, enquanto Renata e Isabel foram penalizadas na largada e acabaram em oitavo.
O Brasil não teve representantes nas medal races de Laser Radial e 470 masculino.
Critérios – Após as premiações das regatas do dia, a CBVela promoveu uma coletiva de imprensa para apresentar os critérios de seleção da equipe que vai disputar os Jogos do Rio 2016.
Os 15 atletas, das dez classes olímpicas, entrarão no time por indicação do Conselho Técnico da Vela – CTV. Todos os velejadores que estão em campanha olímpica estão sendo avaliados desde janeiro, quando foi realizada em Niterói a Copa Brasil de Vela. Serão considerados os principais campeonatos nacionais e internacionais, incluindo etapas da Copa do Mundo, os Mundiais das classes, a Copa Brasil de Vela e o Evento-Teste.
“Esta foi uma semana excelente, de ótimos resultados, de união e formação da equipe. Certamente foi mais um passo rumo a 2016”, disse Marco Aurélio de Sá Ribeiro, presidente da CBVela.
Swan e Decnop minimizam pressão para as Olimpíadas do Rio
A vela deve ser um dos esportes mais cobrados durante os Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro 2016. Com o multicampeão Torben Grael como chefe de equipe, as brasileiras Isabel Swan e Renata Decnop, da classe 470, minimizam a pressão.
“É natural que exista mais pressão, mas nenhuma cobrança é maior do que aquela que a gente mesmo se coloca. Estamos bem em relação a isso, é uma questão de se acostumar. Temos que manter os métodos e o planejamento. Esse tipo de coisa faz parte da vida do atleta e tentamos levar da melhor forma”, disse Swan.
A vela, responsável por 17 medalhas para o Brasil na história dos Jogos, é superada apenas pelo judô (19) e pelo vôlei (20, levando em conta quadra e praia). Neste contexto, é uma modalidade chave nos planos do Comitê Olímpico Brasileiro (COB), que espera terminar no top 10 por número de pódios em 2016.
Caso confirmem presença nos Jogos, Isabel Swan e Renata Decnop devem ser das atletas as mais cobradas, já que a primeira conquistou o bronze nos Jogos Olímpicos de Pequim 2008 ao lado de Fernanda Oliveira, atual companheira de Ana Barbachan.
“Olimpíada é Olimpíada, mas vamos fazer a mesma preparação de sempre. Não muda grande coisa nesse sentido pelo fato de competirmos dentro de casa”, minimizou Renata Decnop.
A dupla conta com assistência psicológica especializada, mas confia no amparo de Torben Grael, coordenador da Confederação Brasileira de Vela (CBVela) e dono de cinco pódios olímpicos (dois ouros, uma prata e dois bronzes).
“O Torben é uma pessoa muito experiente, que passou por várias Olimpíadas e foi bem-sucedido. De certa forma, ele sabe qual é a receita do bolo. O remo era muito amador nos anos 1980 e agora está cada vez mais profissional. Aos poucos, a CBVela vem evoluindo também”, disse Swan.

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