Lei que proíbe uso de celular dentro de bancos divide opiniões em Niterói

A lei 5.939/11 mal saiu do papel e já causa polêmica. A medida proíbe o uso de celular, radio transmissor, palm top e similares no interior das agências bancárias em nome da segurança. Bancos estão sendo orientados a se adaptarem as normas, mas clientes e funcionários acreditam que esta não é a melhor forma para evitar o crime conhecido como “saidinha de banco”. De acordo com o deputado Domingos Brazão, medida semelhante reduziu crimes do tipo em 20% na Argentina.
De acordo com Brazão, além da estatística internacional, a redução do crime em diversas capitais brasileiras que já adotaram a medida pesou para a decisão de propor o projeto para o Rio de Janeiro. O parlamentar disse ainda que esta é a parcela de responsabilidade de bancos e usuários.
Apesar das boas intenções, clientes e bancários estão incomodados com a nova medida. Para o sindicato da categoria, a lei é “um equívoco”. “Equívoco e paliativo, até porque os bandidos podem se comunicar por sinais de todo tipo, não apenas por celular. O ideal seria termos alterações nas agências, com a instalação de guichês com biombos que impeçam que as demais pessoas vejam as operações que estão sendo efetuadas. Não era para deixar as pessoas incomunicáveis”, disse Ronald Carvalhosa, diretor de comunicação do sindicato. Os clientes, por sua vez, se consideram os mais prejudicados, como o montador Natanael Luciano Ribeiro, de 28 anos. Flagrado utilizando celular dentro de uma agência no Centro de Niterói, ele logo se explicou.“Era muito importante o que estava falando. Acho que devem ser tomadas medidas para evitar os assaltos, mas as pessoas que estão na fila ainda estão trabalhando e muitas precisam do telefone. No meu caso, não era trabalho, era minha mãe para falar de um assunto que não podia esperar”, disse.
O FLUMINENSE
Por: Wilson Mendes