A Delegacia de Atendimento às Mulheres (Deam) de Niterói já está atendendo no prédio recém reformado e inaugurado pelo governador Sérgio Cabral em janeiro deste ano. Ao contrário da antiga sede, as novas instalações, na Avenida Amaral Peixoto, no Centro, são equipadas com computadores novos e internet, o que possibilita acesso ao sistema de dados das Delegacias Legais do Rio de Janeiro. Os serviços da Delegacia de Proteção a Criança e ao Adolescente (DPCA) e da 76ª DP (Centro) também deverão ser transferidos ainda este mês.
A unidade que atende mulheres vítimas de violência diversas foi transferida desde a última quinta-feira. Cerca de 20 pessoas já experimentaram o novo atendimento, que segundo a delegada titular, Carolina Salomão, se tornou mais eficiente com as mudanças ocorridas.
“Já estamos conectados e temos base de consultas para identificar autores de crimes, isso torna as investigações mais ágeis. Sem contar que nossas instalações são maiores, refrigeradas e, portanto, mais confortáveis para as partes e também para os policiais. Agora temos duas pessoas que fazem atendimento inicial ao público, prestando inclusive, assistência psicológica”, disse.
A nova delegacia conta ainda com outros quatro computadores para atendimento no plantão e inspetores que trabalham, por escala, 24 horas.
O sistema de atendimento foi elogiado por quem já esteve no prédio.
“Eu procurei a delegacia quando minha filha foi agredida por um vizinho. Era mais difícil chegar no prédio da Rua São João, porque ficava escondida. Achei essa delegacia mais próxima para quem vem de ônibus, mais ampla e organizada. Não esperei quase nada para ser atendida”, declarou uma doméstica de 47 anos, que pediu para não ser identificada.
A delegada Carolina assumiu a Deam de Niterói há cerca de uma semana. Ela foi nomeada pela nova chefe da Polícia Civil, delegada Marta Rocha, com o desafio de participar da política de valorização da mulher, defendida pela gestora. No ano passado, mesmo estando provisoriamente instalada no prédio da Coordenação dos Direitos das Mulheres de Niterói (Codim-Nit), a Deam registrou mais de 2 mil casos de violência sexual, física e moral na região. Quem precisar de informações sobre o novo local de atendimento, pode entrar em contato pelo telefone 2717-0343.
Reformado - O prédio onde funciona a Deam é localizado no número 577 da Avenida Amaral Peixoto e data do início do século XX, sendo tombado pelo Instituto Estadual do Patrimônio Cultural (Inepac). Desde 2006, ele vinha sendo utilizado pelo Governo do Estado como unidade da polícia civil (76ª DP). Mas as más condições forçaram a transferência dessa distrital para o prédio na Rua São João, onde antes só funcionavam delegacias especializadas como a Delegacia de Homicídios de Niterói.
Após as chuvas de abril, o edifício foi interditado pela Defesa Civil. A reforma foi anunciada em 2009, no pacote de investimentos do Tribunal de Justiça no município. No dia 28 de fevereiro, o governador Sérgio Cabral e o então presidente do TJ, Luiz Zveiter entregaram as obras. Mas as atividades das delegacias ainda não haviam sido transferidas, devido a atrasos na instalação de telefones e internet.
A Coordenadoria Regional de Polícia do Interior foi procurada para informar a previsão de transferência das demais delegacias, DPCA e 76ª DP, mas o delegado titular não foi encontrado. A assessoria da Polícia Civil informou que parte do sistema já foi instalado e que a mudança deve ocorrer nas próximas semanas.
Condenação - Enquanto em Niterói as mulheres ganharam um espaço moderno e equipado para denunciar à polícia a violência sofrida, em Realengo um policial civil perdeu o cargo ao ser condenado quatro anos e seis meses de reclusão em regime inicialmente fechado, por disparar arma de fogo para intimidar sua própria mulher.
O Ministério Público estadual ofereceu denúncia contra o policial que, com ciúme de sua companheira, efetuou dois disparos dentro da residência da mesma, em Realengo, depois de encontrá-la com um amigo. Para o juiz, o réu, servidor público admitido para trabalhar na segurança da sociedade, recebeu noções de direito penal, razão pela qual lhe era exigível conduta distinta.
“A arma de fogo para defesa pessoal jamais poderia ser utilizada para cometimento de crimes ou, o que é pior, atos de violência contra mulher. Por outro lado, nenhum súdito do Estado do Rio de Janeiro, principalmente se mulher contribuinte, desejaria ser atendido em qualquer das Delegacias de Polícia por um servidor que é remunerado pelos cofres públicos para evitar e combater crimes e que, mesmo assim, é capaz de praticar atos de violência contra mulher, empregando arma de fogo adquirida com os recursos econômicos decorrentes de tributos estaduais”, destacou o magistrado.
O FLUMINENSE
Por: Fernanda Pereira
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