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domingo, 30 de janeiro de 2011

População de Niterói quer mais repressão contra drogas

O problema do consumo e venda de drogas deve ser tratado com repressão policial, ao invés de prevenção e tratamento. Isso é o acredita a maioria das pessoas que responderam à enquete feita pelo PORTAL O FLUMINENSE (http://portal.ofluminense.com.br/ ) entre os dias 19 e 27 de janeiro. Cerca de 500 leitores responderam à pergunta “Qual a melhor solução para acabar com as cracolândias em Niterói?”. Mais de 60% acreditam que esse é um caso de polícia.
 A opção “aumentar o efetivo da PM” foi escolhida por 63% dos internautas (288). Menos da metade dos que votaram acredita que as campanhas de prevenção e os tratamentos são métodos eficazes para resolver a questão. Apenas 28% (129) acreditam que se deve “oferecer tratamento aos usuários”. Outros 9% (39) são a favor de “campanhas contra as drogas”.
Para o psiquiatra Jairo Verner Júnior, responsável por programas de recuperação de dependentes da Universidade Federal Fluminense (UFF), o resultado da enquete reflete o fato de vivermos em uma sociedade que não tem acesso a programas eficazes de assistência.
“Acho que essa resposta é coerente com a falta de convivência com políticas públicas de prevenção e tratamento. Nós tivemos uma experiência muito interessante na UFF, chamada Justiça Terapêutica, que garantia que em vez de ir pra cadeia, o dependente passasse por tratamento. Mas para isso, possuía responsabilidades. Precisava cumprir algumas determinações e passava por exames toxicológicos. De fato, não podemos ser muito permissivos, no entanto também não podemos ser tão autoritários”, argumenta. O especialista defende que é preciso dar crédito a quem quer se curar do vício.
Para a socióloga da UFF Ana Maria Motta Ribeiro, o resultado da enquete também reflete o modo de pensar influenciado pelo Estado e pelos meios de comunicação. Integrante da Organização Não-Governamental (ONG) Psicotrópicus, ela defende que a repressão não resolve os problemas de uma sociedade cheia de compulsões.
“A pesquisa reflete uma posição tendenciosa, que não corresponde à opinião real. Importante saber que existe sentimento generalizado, alimentado por órgãos públicos e pela mídia. Olhando pelo lado sociológico, posso dizer que existe uma distorção no pensamento, em especial no tratamento com a juventude. Não podemos educar reprimindo. Estamos em uma sociedade que estimula a compulsão, seja pelo consumo, pela beleza, pela religião ou pelas drogas. Precisamos aprender a lidar com isso, sem adestrar ou domesticar, mas fazendo as pessoas pensarem”, declarou.
Levantamento sobre pontos de venda já foi entregue à polícia
A presença de usuários e traficantes de drogas nas ruas da cidade, agindo em plena luz do dia em áreas nobres como a Praia de Icaraí, foi mostrada por O FLUMINENSE em recentes edições. O secretário municipal de Segurança Pública, Wolney Trindade, enumera outros pontos como a subida do Morro do Cavalão, em São Francisco, onde de acordo com ele é possível encontrar pessoas vendendo pedras de crack que variam de R$ 1 a R$ 10.
“Já entreguei um relatório com os pontos e horários onde isso acontece para as delegacias dessas regiões. Vamos tentar fazer um trabalho conjunto para a identificação dos criminosos e usuários”.
O comandante do 12º BPM (Niterói), Paulo Henrique Moraes, quando entrevistado sobre as cracolândias em Niterói, disse que esse não é um problema exclusivamente policial. “A Polícia Militar faz o papel dela de abordar o usuário e levar para a delegacia. Mas de acordo com a nossa legislação, o usuário responde em liberdade. Por isso, precisamos do apoio dos órgãos de assistência social”, argumentou.
Por: Fernanda Pereira
O FLUMINENSE

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