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segunda-feira, 29 de novembro de 2010

Moradores do Alemão retomam rotina, mas escolas continuam sem aula

O clima no conjunto de favelas do Alemão, na Penha, Zona Norte do Rio, é de aparente tranquilidade na manhã desta segunda-feira, dois dias depois da ocupação por tropas policiais e das Forças Armadas. Moradores da região voltam à rotina, saindo de casa para trabalhar. Além disso, o comércio, que permaneceu fechado nos últimos dias por conta dos tiroteios entre policiais e traficantes, abre as portas nesta manhã.
As escolas da rede municipal do conjunto de favelas do Alemão e da Vila Cruzeiro, no entanto, não terão aulas. Em nota, a Secretaria Municipal de Educação informou que o reinício das atividades será definido em uma reunião com o prefeito Eduardo Paes, ainda nesta segunda-feira.
A polícia continua vasculhando as cerca de 30 mil casas da região, à procura de armas e drogas abandonadas pelos traficantes em fuga. Por causa dos confrontos e devido à queima de caminhões pelos traficantes, faltam luz e água em diversos pontos das comunidades.
Homens do Batalhão de Operações Especiais (Bope) passaram a madrugada posicionados em pontos estratégicos das comunidades, mesmo com as buscas por armas, drogas e criminosos interrompidas. Segundo a cúpula da segurança pública do estado, a ocupação é por tempo indeterminado.
Secretaria de Segurança estima que 40 toneladas de drogas já foram apreendidas
Um balanço parcial divulgado no domingo pela assessoria da Secretaria de Segurança do Estado do Rio estimou em cerca de 40 toneladas a quantidade de drogas apreendidas no primeiro dia de ocupação do Complexo do Alemão.
Pelo menos 50 fuzis foram encontrados, sendo nove deles de calibre ponto 30, capazes de abater aeronaves ou até de perfurar carros blindados. Dez mil munições de vários calibres também foram apreendidas.
Do total de drogas localizadas, a Polícia Civil contabilizou 13 toneladas de maconha, 200 quilos (kg) de cocaína e 10 kg de crack. O restante seria por conta das apreensões feitas pela Polícia Militar.
Durante todo o dia, grandes carregamentos de drogas foram localizados dentro de casas, escondidos nas lajes ou enterrados em quintais. Em uma única residência, a Polícia Civil encontrou 7 toneladas de maconha em tabletes, o suficiente para lotar um caminhão.
A ocupação do Complexo do Alemão começou por volta das 8h desse domingo, mas os cerca de 2.700 policiais envolvidos na operação encontraram menos resistência do que imaginavam. Tiros de fuzil e rajadas de metralhadora podiam ser ouvidos ao longe, mas a presença maciça das tropas amedrontou os traficantes, que preferiram fugir, se esconder ou se entregar em vez de partir para o confronto direto.
No início da noite, em entrevista, o secretário de Segurança do Rio, José Mariano Beltrame, disse que a operação atingiu o coração do tráfico e que depois do Alemão, a polícia poderá ir às favelas da Rocinha e do Vidigal, ambas na zona sul.
“O Alemão era o coração do mal. É um local emblemático para todo o Rio de Janeiro, onde tínhamos a convergência de marginais, que lá se homiziavam [escondiam]. E se chegamos ao Alemão, nós vamos chegar na Rocinha, vamos chegar ao Vidigal”, ressaltou.

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